1991-8-x in REVISTA K - Retrato do Herói,
de V. Pulido Valente
Algumas curiosidades neste artigo e alguns títulos.
Um livro: « Naissance du Mozambique.Résistances et révoltes anticoloniales (1854-1918) », éditions Pélissier, Montamets, 78630 Orgeval (France), 1984
Um título:
«O grande fulminador»
René Pélissier que lhe deu, num livro recente, mais este heróico nome, compara Couceiro, cujo mandato em Angola não chegou a durar dois anos, aos grandes colonizadores do século: a Lyautey, a Galieni, a Lugard. E já em 1947, o antigo Alto Comissário da República em Angola, o maçon e jacobino Norton de Matos, manifestava a sua «gratidão» e «admiração» pela «obra» de Couceiro e escrevia que se limitara a «seguir» pelo «caminho que ele previamente abrira com passos de gigante».
OUTROS TÍTULOS DO ARTIGO:
- Couceiro voltou a falar. Ritualmente o jornalista descreveu esse «Nuno Álvares traduzido para português moderno». Magro, seco, nervoso, com a «sinceridade à flor da alma». Em suma, «o carácter no estado agudo»!
- 5-10-1910: Há vinte e quatro horas que a revolução estava na rua e, tirando duas patrulhas da Guarda Municipal, praticamente só ele a combatera. Como, aliás, dali em diante, praticamente só ele a voltou a combater. A hagiografía posterior de Couceiro atribuiu o facto à bravura e à lealdade do homem. Do pântano da traição e da duplicidade, emergira um artilheiro andante, sem medo e sem mancha, era um Bayard moderno ou, como de costume, «um homem de outros tempos». A história era apenas esta.
- Governador de Angola (1907-1909): Aceitava diplomaticamente as cerimónias locais: no Mucusso foi «untado» da cabeça aos pés e comeu banha de hipopótamo, que não achou «desagradável»
- Magul - 1895: Era doutrina militar que uma vez desfeito um quadrado jamais se reconstituía. Mas Caldas Xavier, Couceiro, Eduardo Costa, Raul Costa e Aires d'Ornelas «atiraram-se para a frente do rasgão escancarado» e conseguiram levar os angolários de novo para a linha «ao murro e à cutilada»
- Os heróis de Àfrica, por definição, desprezavam a política. Enquanto eles serviam abnegada e desinteressadamente a Pátria, os políticos serviam-se a si mesmos à custa da Pátria
- Morto D. Carlos, o exército não tinha um chefe. Só os «heróis de África» sobressaíam nesta geral desolação e foi naturalmente à volta deles que os descontentes se juntaram
- 5-10-1910: Com menos de cinquenta soldados, traídos pelos chefes directos e já intimamente vencidos, propôs-se assaltar o Quartel de Artilharia, onde estavam 23 peças e as munições que ele não tinha. Se conseguisse, a revolução acabava.
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