mercredi 2 janvier 2013

O Pai e os seus ex-líbris - Mon Père et ses ex-libris

Família de Noronha de Paiva Couceiro (Paraty)

Notas e fotografias




Palácio do Governador de Diu




D. Miguel António do Carmo de Noronha de Paiva Couceiro, Conde de Paraty

A sua obra artística (Ex-líbris, heráldica militar e outros desenhos)






















Desde o seu aparecimento, já catorze anos decorreram, esta revista tem-se comprazido em apresentar (1), nas suas interessantes e curiosas páginas, alguns destacados desenhadores, de várias nacionalidades e matizes, que se têm dedicado à feitura de ex-líbris, com o que vem prestando um relevante, útil e apreciável serviço de divulgação artística do género. Assim e embora defrontando alguns escolhos, ela vai singrando na linha de rumo em que se lançou em 1956.
EX-LIBRIS    DE    D.    MARIADO    CARMO
DA CÂMARA DE NORONHA HUSUM (PARATY)
Cabe a vez, agora, de incluir no rol desses artistas — estrangeiros e portugueses— que, enumerados, já somam muitas dezenas, um desenhador que devemos considerar autodidata, porque nunca cursou Escolas de ensino de desenho, nem tão-pouco Academias de Arte que lhe outorgassem título ou diploma de habilitação para o exercício livre do métier, dispensável, é óbvio, aos que têm capacidade e habilidade que lhes sobeja, como acontece com ele.
É artista por vocação —íamos a escrever artista nato, porque se iniciou no desenho ainda muito jovem (2) —, um diletante que desenha, simplesmente, pelo prazer de desenhar e, também, admitimo-lo, como meio agradável de «evasão» espiritual. Não é — deixemo-lo, desde já, assente e claro — um profissional da arte de desenhar, que trabalha por encomenda ou por obrigação. Nada disso! É apenas um amador do Desenho, porém de alto padrão artístico, perfeitíssimo na técnica, que se faz notar no traço elegante e seguro e nas figuras de delicada conceção, com que brinda os seus amigos mais íntimos.

EX-LIBRIS DE D. MA
RIA DOMINGAS DE
NORONHA HUSUM D'OREY
O que mais chama a atenção e faz admirar, neste exímio Artista, é, mormente, a originalidade e a diversidade de encantadores motivos, não se fixando numa só maneira de interpretação — sempre diferente e variada—, o que demonstra a sua riqueza de inspiração. Artista inquieto e insatisfeito, sempre à procura de fazer melhor? Talvez ... Não se verifica nele — acrescentamos — a monotonia que se verifica em tantos outros artistas, que os torna sempre iguais a si mesmo, marcando-os como uma chancela que logo os identifica. Parafraseando : mostra-me o que desenhas e eu te direi quem és ...


A sua fama de desenhador de ex-líbris já atravessou fronteiras, vindo citado, com justos encómios, entre  os  mais  notáveis  desenhadores desse género, no volume «ARTISTAS DE EX-LÍBRIS», o segundo editado pela «Fédération Internationale des Sociétés d'Amateurs d'Ex-libris», relativo ao XIII Congresso Internacional de Ex-Líbris, a efetuar-se, ainda este ano em Budapeste (Hungria). No primeiro volume publicado por ocasião do XII Congresso, que teve lugar em Como (Itália), em Julho de 1968, esteve representado com duas excelentes produções —os ex-líbris do Dr. Pedro Guimarães e de D. Maria Teresa de Lacerda Barrell, gravados pelo artista Pais Ferreira e recenseados neste  trabalho.
Ex-líbris de D. ANTÓNIO PEDRO DE SÃO PAYO
MELO E CASTRO,  3.° MARQUÊS  DE  SÃO PAYO


Dele, assinados com o simples nome de Miguel António, tem esta REVISTA (3) patenteado alguns ex-líbris originais nos temas e nas formas, de estilo muito curioso e pessoal em que não se vislumbram nenhumas influências alheias nem «escolas» que nos permitam defini-lo classifica-lo, já conhecidos, portanto, dos nossos  consócios e leitores.
Mas porque - pensamos - seria lamentável omissão e imperdoável falta não ficassem essas belas peças, em algumas das quais o antigo foi interpretado com muita perícia pelo moderno sem grotescos, representadas e todas relacionadas num trabalho apreciativo e orientador, que viesse a facilitar e a favorecer, na pesquisa futura, principalmente os vindouros ex-libristas, deliberamos recensear as já patenteadas e revelar as, até agora, inéditas (não são reveladas duas, por dificuldades havidas na sua obtenção - o ex-líbris do deputado e engenheiro António de Azevedo Coutinho Lobo Alves, já falecido, e o do casal inglês Raynald & Doroty Wells, funcionários diplomáticos ausentes em parte ignorada, nesta REVISTA de lugar cimeiro entre as existentes da sua especialidade - verdadeiro Museu de Gravuras, como alguém, acertadamente, já lhe chamou nas suas colunas.
Ex-líbris de Raynald & Doroty Wells
Trata-se, exactamente, duma notável série de 19 ex-líbris e 1 super-libros, quase todos delicadas peças armoriadas, género da maior predilecção do Artista, que é dotado de grandes conhecimentos heráldicos, de composição harmoniosa e leve, finamente trabalhados e de acabamento esmerado, como se de jóias reciosas se tratasse, feitos em diversas épocas, o que nos permite acompanhar a linha de evolução artística do seu autor, cuja biografia, de tanto valor e interesse, damos nas linhas a seguir, para um mais completo e perfeito conhecimento da sua multímoda personalidade.

D. Miguel António do Carmo de Noronha de Paiva Couceiro, 5.° Conde de Paraty, por alvará do Conselho de Nobreza de 21 de Dezembro de 1946. Filho mais novo de Henrique de Paiva Couceiro (4), e de sua mulher D. Júlia Maria do Carmo de Noronha, 4a Condessa de Paraty, nasceu no Estoril (Cascais), em 27 de Agosto de 1909.
Neto materno de D. Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha, 3° Conde de Paraty (5), (dec. de 15 de Maio de 1886). Par do Reino, por sucessão. Oficial-mor honorário da Casa Real, bacharel formado em Direito, diplomata ilustre, condecorado com várias ordens nacionais e estrangeiras, e de sua mulher D. Isabel de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, filha dos segundos Condes de Vila Real (modernos). Bisneto de D. João Inácio Francisco de Paula de Noronha, 2.° Conde de Paraty (dec. de 4 de Fevereiro de 1824 ). Terceiro neto de D. Miguel Rafael António do Carmo de Noronha, 1.° Conde de Paraty (dec. de 4 de Dezembro de 1813), que era irmão mais novo do 7.° Conde de Valadares e 1.° Marquês de Torres Novas e Mordomo-mor, D. Álvaro António do Carmo de Noronha Avranches Castelo Branco, e 4.° neto de D. Miguel Luís de Meneses que reivindicou a representação da Casa de Vila Real sendo criado 1.° Conde de Valadares em 1702.

Casou pela primeira vez, em 8 de Agosto de 1936, em Lisboa, com D. Maria Teresa de Jesus de Gusmão Correia Arouca, filha de Simão de Gusmão Correia Arouca, ajudante do Procurador Geral da Coroa, e de sua mulher, D. Maria Luísa Ulrich, de quem tem 4 filhos — Henrique, Pedro, Miguel Luís e Nuno Álvares.
D. Miguel António do Carmo de Noronha de Paiva Couceiro, Conde de Paraty
Depois de divorciado uniu-se em 1959, na Igreja Escocesa de Santo André, em Colombo (Ceilão), com D. Carol Talib-ud-din, natural de Lahore (Paquistão), filha do Rev. Talib-ud-din, primeiro moderador eleito da Igreja Presbiteriana Americana da Índia.

Ex-líbris de D. CAROL TALIB-UD-DIN
DE PAIVA COUCEIRO

Após a implantação  da República, em 5 de Outubro de 1910, sua família tomou o rumo do exílio, pelo que deixou Portugal com 1 ano de idade. Esteve em Espanha e em França, frequentando o curso secundário no Instituto de San Isidro, de Madrid, sendo premiado em todos os anos com «Matrículas de Honor». Voltando à Pátria, aos 14 anos, tirou o curso dos Liceus em 4 anos e habilitando-se com os preparatórios da Escola Politécnica, de Lisboa, entrou na Escola Militar, sendo promovido a Alferes de Cavalaria em 1932.


Ainda aluno da Escola Militar apresentou-se no Regimento de Sapadores de Caminhos de Ferro, de Lisboa, por ocasião da revolução de 26 de Agosto de 1931, tendo tomado parte na sua repressão.Prestou serviço no Regimento de Lanceiros 2, em Lisboa, sendo promovido a Capitão para Lanceiros 1, em Elvas.

De 1936 a 1938 desempenhou as funções de Chefe da Repartição Militar das Forças Militares da extinta Companhia de Moçambique, com sede na Beira, de onde se retirou devido a um desastre de viação que o forçou a quase 1 ano de estadia em Paris aonde foi submetido a delicadas operações cirúrgicas.



Em 1948 assumiu o Governo  do Distrito de Diu, então sentindo as primeiras perturbações causadas pela vizinhança da Índia, recentemente independente. Encontrando a Ilha de Diu sofrendo as incomodidades dum bloqueio que a privava de alimentos, conseguiu antes de um mês estabelecer relações amigáveis com as autoridades indianas do novo Estado de Saurashtra a que Diu está ligada, designadamente com Samaldás Gandhi, Primeiro Ministro do Antigo Estado de Junagadh e depois Ministro do Gabinete de Saurashtra e sobrinho do Mahatma.
Ex-líbris de Artur Mário
da Mota Miranda
 
As excelentes relações que manteve com as autoridades indianas permitiram-lhe percorrer a Índia, principalmente a Península do Kathiawar, que constituía o Estado de Saurashtra, aonde então se encontravam metade dos seiscentos Estados Nativos da índia. Em 1950 deixou o Governo de Diu, a requerimento seu(6).
De 1950 a 1953 exerceu as funções de Curador dos Indígenas Portugueses na África do Sul, com sede em Joanesburgo, o que lhe proporcionou percorrer  esse  País.
Em 1953 deixou o serviço do Estado, passando à Reserva no posto de Capitão. Passou a exercer as funções de Diretor em África da Companhia do Buzi e ali teve ocasião de se familiarizar com os problemas da produção açucareira. Quebrando a velha rotina das grandes plantações de cana exploradas diretamente pelas grandes companhias canavieiras, introduziu no Búzi a cultura de cana por agricultores independentes, sistema que se tem desenvolvido em Moçambique com o melhor sucesso, parecendo vir a tornar-se o processo normal de cultura no futuro.
Ex-Líbris de D. Maria Guilhermina Duarte
Catarino Alves de Azevedo
Tendo-se desligado da Companhia do Buzi, desde 1960 se dedicou à criação duma nova companhia açucareira do Distrito da Beira que começou a laborar este ano. Seguindo as lições da sua experiência anterior, esta nova Companhia entregou a cultura da cana, integralmente, a agricultores independentes, encontrando-se já estabelecidos perto de uma centena no Vale do Pungoe.


São Paulo, 1970

A. JACINTO JÚNIOR


NOTAS
(1)      O primeiro desenhador de ex-líbris apresentado em “A ARTE DO EX-LÍBRIS”, foi: «A Artista Holandesa Engelien Reistma-Valença», num artigo assinado pelo Dr. Cruz Malpique, nosso dedicado consócio e ilustre colaborador, in Vol. I, N.° 1, Ano I, 1956, págs. 7 a 11.
(2)      Começou a desenhar, quase espontaneamente, aos 14 anos, por ocasião duma longa estadia na Batalha, cujo histórico, secular e admirável Mosteiro visitou inúmeras vezes, e cujos maravilhosos detalhes arquitetónicos o encantaram tão fortemente que experimentou e conseguiu reproduzi-los em desenhos. Desta arte, nascida de maneira tão imprevista e que continuou a praticar tenazmente no intento de atingir a perfeição, passou à pintura, dedicando-se, sobretudo, aos motivos heráldicos.
O seu entusiasmo pelo ex-librismo nasceu-lhe, também, cedo. Foi consequência de gostar de ver e de ler, o que fazia vezes repetidas, o «ARCHIVO DE «EX-LIBRIS» PORTUGUESES», de Joaquim de Araújo, cônsul de Portugal em Génova, que era grande amigo de seu avô materno, o diplomata D. Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha (v. Nota 5), a quem pertenciam os 7 volumes dessa rara revista, hoje integrados na sua biblioteca. Também a «Primeira Exposição de Ex-Líbris em Portugal», efetuada em 1927 na Imprensa Nacional de Lisboa, que visitou com muito interesse e curiosidade, influiu de maneira notória nesse entusiasmo que se mantém quase como dantes, conforme o provam os ex-líbris por ele desenhados ainda recentemente e incluídos nesta série.

(3)      In Vol. II, n° 6, Ano V, 1960, pág. 119 (Ex-líbris de José de Campos e Sousa - ex. n° 4).

In Vol. III, n° 1, Ano VI,. 1961, pág. 7 (Ex-líbris de D. Miguel António de Noronha de Paiva Couceiro - ex. n° 7).

In Vol. III, n° 1, Ano VI, 1961, pág. 85 ("Ex-líbris do Eng.° Manuel de Lancastre Bobone - ex. n° 2).

In Vol. III, n°5, Ano VII, 1962, pág. 144 (Ex-líbris da Casa de Mateus - ex. n° 8).

In Vol. IV, n° 6, Ano IX, 1964, pág. 135 (Ex-líbris do Eng.° Manuel de Lancastre Bobone, zincogravado - ex. n° 10).

In Vol. V, n°1, Ano XI, 1966, págs. 65, 66 e extratextos (Ex libris de George Robert Cooke - ex. n° 12; D. Manuel de Castro - ex. n° 13; D. Carol Talib-ud-din, Condessa de Paraty - ex. n° 14; e de D. Miguel António de Noronha de Paiva Couceiro, Conde de Paraty, super-libros - ex. n° -15).

In Vol. VI, n° 3, Ano XIII, 1968, págs. 42 e 43 (Ex-líbris do Dr. Pedro Guimarães - ex. n° 16; e de D. Maria Teresa de Lacerda Barrell - ex. n° 17).

(4)      Henrique de Paiva Couceiro, nasceu em Lisboa em 30 de Dezembro de 1861, e faleceu na mesma cidade em 11 de Fevereiro de 1944. Heroico militar e grande patriota, prestou relevantes serviços em África, como oficial do Exército e como Governador-geral de Angola.

De grande dedicação e fidelidade à Monarquia, organizou e chefiou vários movimentos revolucionários contra a República. É autor dos  livros:
«Profissão de Fé», «Bié», «A Morte de Silva Porto», «Angola», e de numerosos escritos relativos à administração e política Ultramarina.
Filho do General de Engenharia José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro, e de sua mulher D. Helena Armstrong-Mitchell de Paiva Couceiro. Neto do Capitão Manuel Inácio de Paiva Cabral Couceiro, administrador dos Morgados dos Couceiros, no Campo de Coimbra, que, como soldado, serviu na Guerra Peninsular, tomando parte, com o exército de Wellington, nas ações que levaram à invasão da França e ao assalto de Toulouse, morrendo já capitão de Caçadores Realistas no cerco do Porto. Manuel Inácio de Paiva descendia, pelo lado materno, de Jorge Couceiro, fidalgo da Casa Real, capitão de ginetes, Vedor da Fazenda da Casa de Bragança, Comendador da Ordem de Santiago, que viveu no tempo de D. Afonso V, e, pela varonia, era quarto neto de Pedro Borges Negrão,  natural de Montemor-o-Velho, falecido em 1646, que foi casado com D. Ana de Paiva, e era filho de Manuel Borges Aranha, que casou em 8-11-1584 com Catarina de Azurara, e neto de Pedro Borges. Manuel Borges Aranha sucedeu na capela instituída na Igreja da Madalena, de Montemor-o-Velho, por Diogo Afonso da Calçada, natural de Coimbra. Catarina de Azurara era, pelo lado paterno, bisneta de Simão de Sousa Chichorro, e neta materna de Francisco de Azurara, o Moço, que possuía a Capela dos Cotas, na Igreja dos Anjos, em Montemor.
(5)       O 3.° Conde de Paraty, D. Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha, que foi Ministro do Rei de Portugal junto do Imperador da Áustria, usou na sua biblioteca um interessante ex-líbris litografado e impresso em azul. Esta marca bibliográfica veio reproduzida num longo artigo, dedicado ao seu ilustre usuário, no «Archivo de «Ex-Libris» Portugueses», de Joaquim de Araújo (Pág. 64, n.° 17, Abril de 1903).

(6)       Escreveu e publicou recentemente, «DIU e eu», volume ilustrado com 20 desenhos da sua autoria.


LISTA CRONOLÓGICA E NOTAS ESSENCIAIS DOS EX-LÍBRIS DESENHADOS POR D. MIGUEL ANTÓNIO  DE  NORONHA  DE   PAIVA COUCEIRO,   5.° CONDE  DE   PARATY.

1 - ENG° ANTÓNIO DE AZEVEDO COUTINHO LOBO ALVES
Engenheiro agrónomo, falecido em 1954.
Foi Procurador  à  Câmara  Corporativa e Presidente da Casa do Douro.
Ex-líbris desenhado em 1928. Armas representadas: escudo esquartelado de Azevedo (dos senhores de S. João de Rei), Carvalho, Melo e Faro; sobre o todo de Lobo; timbre de Lobo.
2- ENG° MANUEL DE LANCASTRE BOBONE
Nasceu em Lisboa, em 24 de Abril de 1908, filho dos 3os Condes de Bobone, Carlos Jerónimo Humberto de Bobone e de D. Eugénia de Lancastre Araújo. Engenheiro agrónomo.
Em 1948, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Louis II de Mónaco nomeou-o seu Vice-cônsul em Lisboa.
Ex-líbris desenhado em 1930.
3 - RAYNALD & DOROTY WELLS
Diplomata inglês em serviço na Embaixada em Lisboa durante a 2a Grande Guerra, e sua mulher.
Ex-líbris desenhado em 1940.
4 - JOSÉ AUGUSTO DE MACEDO DE CAMPOS  E  SOUSA
Nasceu em Lisboa, em 3 de Junho de 1907.
Escritor, investigador, heraldista e genealogista. Sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses, do Instituto Internacional de Genealogia e Heráldica, de Madrid, do Instituto Português de Heráldica,  etc.
Ex-líbris desenhado em 1945, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1959. Armas representadas: esquartelado de Campos, Antas, Almeidas e Pereiras Vianas. Divisa: Crer e querer sam poder.
5 - D. MARIA DO CARMO DA CÂMARA DE NORONHA HUSUM (PARATY)
Nasceu em Lisboa, em 24 de Fevereiro de 1892.
Filha de D. António Caetano do Carmo de Noronha e de D. Maria Domingas de Figueiredo Cabral da Câmara, bisneta de D. João VI e da Rainha D. Carlota Joaquina,  pelos Duques de Loulé;  neta paterna dos 2os Condes de Paraty,  e materna dos 3os Condes de Belmonte.
Casou com Carl Anton Husum, súbdito dinamarquês que foi Cônsul da Hungria e da Lituânia em Lisboa.
D. Maria do Carmo teve 10 irmãos, sendo a única filha. Foi batizada no Palácio da Ajuda, na Pia dos Príncipes. Apadrinharam o ato a Rainha D. Maria Pia e Sua Alteza o Príncipe D. Afonso.
Ex-líbris desenhado em 1950. Armas representadas : as da Casa de Vila Real (escudo de Noronha: esquartelado: o I e IV de prata, cinco escudos de azul em cruz, cada um carregado de cinco besantes do campo, bordadura de vermelho, carregada de sete castelos de oiro; o II e III de vermelho, castelo de oiro, com portas, frestas e lavrado de azul, o campo mantelado de prata, com dois leões batalhantes de púrpura, armados e linguados de vermelho, bordadura de escaques de oiro e veiros de dezoito peças; e sobre o todo o escudo do 1.° Conde de Vila Real: cortado de um traço, partido de dois, que fazem seis quartéis: o I de azul, um estoque de prata, empunhado de oiro; o III e o V de vermelho  duas onças passantes e sotopostas  de oiro mosqueado de negro; o II, IV e VI de oiro, quatro palas de vermelho; sobre o todo, de oiro liso).
6 - D. MARIA DOMINGAS DE NORONHA HUSUM D'OREY
Nasceu no Estoril, em 13 de Janeiro de 1935.
Filha de Carl Anton Husum e de D. Maria do Carmo da Câmara de Noronha Husum   (Paraty).
Ex-líbris desenhado em 1950. Armas representadas: quartel dos senhores de Noronha, nas armas dos Noronhas, tendo os leões sido substituídos pelas iniciais MD da possuidora.
7 - D. MIGUEL ANTÓNIO DO CARMO DE NORONHA DE PAIVA  COUCEIRO
Ex-líbris desenhado em 1956, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1957. Armas representadas: as da Casa de Vila Real com embutido em ponta de Couceiro. Empresa:  Aleo.
8 - CASA DE  MATEUS
A Casa de Mateus, solar dos Condes de Vila Real (modernos), pertence a D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque, 3.° Conde de Mangualde, 5.° Conde de Vila Real e 4.° Conde de Melo. Nasceu em 19 de Setembro de 1909. Engenheiro civil,' antigo presidente do Conselho de Administração da Sorefame é atualmente administrador da Açucareira de Moçambique,  S.  A.  R.  L..
Ex-líbris desenhado em 1960, gravado em aço por António Pais Ferreira no mesmo ano. Armas representadas: esquartelado de Sousa (do Prado), Albuquerque (antigo), Botelho e Amaral', sobre o todo de Melo (família de que o atual senhor da Casa de Mateus é o chefe de linhagem). Legenda: Sou da Casa de Mateus.
9 - ALWYN STEWART
Nascida Harrison, é inglesa de nascimento. Casou em 1as núpcias com Alberto Alves, que foi proprietário da firma comercial do mesmo nome, na Beira, e em 2as núpcias com o Rev. Alexander Butler Stewart, dum ramo dos Stewarts da Escócia estabelecido na Irlanda do Norte (Ulster), onde presentemente vivem.
Ex-líbris desenhado em 1962, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1969.
10 - Eng° MANUEL DE LANCASTRE BOBONE
Ex-líbris desenhado em 1963, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1969. Armas representadas: esquartelado de Lancastre e de Bobone. Divisa: Fide sed vide (Ref. 2).
11 - MARQUÊS DE SÃO PAYO
Nasceu no Porto, em 24 de Julho de 1902, de seu nome completo D. António Pedro Maria da Luz de São Payo Melo e Castro, 7.° Conde de São Payo e 3.° Marquês do mesmo título. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.
Heraldista, historiador e genealogista, é unanimemente considerado, com projeção internacional, como uma das maiores autoridades nestas matérias.
Sócio titular da Associação dos Arqueólogos Portugueses, do Instituto de Coimbra, Presidente do Instituto Português de Heráldica do Collegio Araldico de Roma, sócio do Instituto Internacional de Heráldica, de Paris, Chanceler do Instituto Internacional de Genealogia, Académico da Academia Portuguesa de História, Diretor da revista «Armas e Troféus», etc..
Cavaleiro de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar de S. João de Jerusalém (Malta), comendador da Ordem do Cruzeiro do Sul, do Brasil, da de Mérito Civil, de Espanha, étais o chefe de linhagem dos Silvas de Portugal e Espanha, e dos São Payos.
Ex-líbris desenhado em 1963. Armas representadas: São Payo, plenas, como chefe de linhagem.
12—ROBERT GEORGE  COOKE
Nasceu em Sturgis, Michigan, Estados Unidos da América do Norte, em 31 de Outubro de 1906. Filho de Joseph Robert George Cooke, senhor de Montjoye (1858--1910) e de Cora May Mitchell, Condessa de Royalton (1864-1949).
É o 7.° Barão de Montjoye e o 5° Conde de Royalton.
Ex-líbris desenhado em 1965, gravado em aço por António Pais Ferreira no mesmo ano. Armas representadas: esquartelado de Cooke e de Montjoye. Divisa: Dieu me soit en aide.
13 —D. MANUEL LUÍS DE CASTRO PAMPLONA

D. Manuel Luís de Castro Pamplona nasceu a 7 de Maio de 1907 em Vila Franca de Xira, filho de D. Luís de Castro Pamplona e de D. Emília Teles da Gama, descendendo, assim, por linha varonil dos Castros de 13 arruelas, antigos Senhores de Resende, Reriz e Bem Viver, criados, Condes de Resende em 1754, Almirantes de Portugal (como representantes de Micer Lançarote Pessanha). Viscondes de Beires (pelo casamento do 4.° Conde de Resende com D. Maria Balbina Pamplona Carneiro Rangel, Senhora desta Casa), etc.
Sua Mãe, a Senhora D. Emília Telles da Gama, era neta de D. Domingos Francisco Xavier Telles de Castro da Gama de Ataíde Noronha Silveira e Sousa, IX Marquês de Niza, XIII Conde da Vidigueira, XIII Almirante do Mar das índias e ainda Conde de Unhão, Marquês de Cascais,  Conde  de  Monsanto,  Conde  de  Castanheira  e Conde de Castro Daire.
O Snr. D. Manuel de Castro, seu nome abreviado, é viúvo de D. Maria José de Castro, herdeira dos Títulos dos Condes de Rezende, Viscondes de Beire e condes de Carvalhal.
Em Dezembro passado (1965), casou com a Senhora D. Marie Louise Raphaëlle Dumont.
O Snr. D. Manuel de Castro dedica-se a atividades económicas e comerciais. Foi Presidente e Diretor-Geral da Companhia Ultramarina de Petróleos, Concessionária do Estado para a pesquisa e lavra de petróleos em Timor e é sócio da Firma Equipal, Empresa Nacional de Equipamentos Lda. de Lisboa.
Sócio da Academia Portuguesa de Ex-líbris.
Ex-líbris desenhado em 1965, gravado em aço por António Pais Ferreira no mesmo ano. Armas representadas: partido de Castro (de 13 arruelas), dos Condes e senhores de Resende, e de Pamplona, dos Viscondes de Beire. Divisa: Or perfect solitude / or perfect sympathy.



14 - D. CAROL TALIB-UD-DIN DE PAIVA COUCEIRO
Condessa de Paraty pelo seu casamento com D. Miguel António do Carmo de Noronha de Paiva Couceiro, 5.° Conde de Paraty. Nasceu no Panjabe, Estado islâmico da península industânica. Formada em Letras pela Universidade de Lahore, capital daquele Estado.
De ascendência muçulmana, é neta do mulah da aldeia de Gigrão. Seu pai, Talib-ud-din, que em urdu significa «o que procura a fé», abandonou a crença islamita e converteu-se ao cristianismo.
Casou em Colombo, capital do Ceilão, na Igreja Escocesa de S. André, com o nosso confrade D. Miguel de Noronha de Paiva Couceiro, Conde de Paraty, que desenhou o presente ex-líbris em 1966. Foi gravado em aço por António Pais Ferreira no mesmo ano. Legenda: Paraty, em carateres arábicos, sob coroa condal, na parte superior direita; Ye Carol ki ketab hai ("este livro é de Carol"), também em carateres arábicos  (urdu) na parte inferior oposta.
15 - D. MIGUEL ANTÓNIO DO CARMO DE NORONHA DE PAIVA COUCEIRO
Super-libros desenhado em 1966, gravado em aço por António Pais Ferreira no mesmo ano. Armas representadas: as da Casa de Vila Real, com embutido em ponta de Couceiro. Empresa: Aleo  (Ref. 7).
16 - DR.  PEDRO  DE  MELO  GONÇALVES GUIMARÃES
Nasceu em Lisboa, em 13 de Setembro de 1912. Faleceu em 1969. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.
Exerceu os cargos de Governador Civil do Distrito Autónomo da Horta (Açores) e do Distrito de Aveiro, tendo então desenvolvido notável atividade.
Foi presidente do Conselho Fiscal da Companhia Portuguesa Rádio Marconi.
Ex-líbris desenhado em 1967, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1968. Armas representadas: partido de Fernandes e de Melo.
17 - D. MARIA TERESA DE LACERDA BARRELL
Ê portuguesa de nascimento, da cidade da Beira, em Moçambique. Filha do Dr. Manuel Limpo de Lacerda que foi um distinto advogado na Beira e de D. Fernanda Pery de Lind. Casou com Francis J. Barrell, cidadão da República da África do Sul.
Foram seus avós paternos os Viscondes de Altas Moras, duma antiga família de Moura. Seu avô materno, Pery de Lind, que foi Governador da extinta Companhia de Moçambique, deu o nome - muito justamente aliás — a Vila Pery, vizinha cidade da Beira e que a esta categoria foi elevada em 1969.
Ex-líbris desenhado em 1967, gravado em aço por António Pais Ferreira em 1968.
18 - ANTÓNIO  NOGUEIRA  PEREIRA
Nasceu em Manica, no Distrito de Manica e Sofala, Província de Moçambique. Descende de uma família oriunda de Gois. Desde muito novo que se dedicou à vida comercial. Ê vogal da Junta Distrital de Manica e Sofala e vice-presidente da Associação Comercial  da  Beira.
Ex-líbris desenhado em 1969, com as armas da Vila de Manica e as de Gois, gravado em aço por António Pais Ferreira no corrente ano.
19 - ARTUR MÁRIO DA MOTA MIRANDA
Nasceu no Porto, em 1 de Janeiro de 1928. É o atual proprietário da Casa do Outeiro, na freguesia de Britelo, no concelho de Celorico de Basto, que pertenceu a seu bisavô materno António Augusto Teixeira da Mota.
Ex-líbris desenhado em 1970, gravado em cobre pelo artista húngaro István Tempinszky no corrente ano. Armas representadas: esquartelado de Motas, Teixeiras, Costas e Coelhos, timbradas de Motas (Carta de Brasão passada em 9 de Novembro de 1762 a seu quarto avô materno Bacharel António José da Mota Teixeira e Costa).
20 - D. MARIA GUILHERMINA DUARTE CATARINO ALVES DE AZEVEDO
Nasceu em Lisboa, em 1 de Abril de 1930. Tem uma pequena biblioteca em que predominam obras de Literatura e História de Arte.
Ex-líbris desenhado em 1970. Armas representadas: as que assumiu, concebidas e ordenadas por seu marido, o Dr. Francisco de Simas Alves de Azevedo. Escudo em lisonja (próprio para armas femininas desde os princípios da Idade Moderna), partido, tendo na la pala as armas (assumidas) de seu marido, de azul, águia de prata, e na 2a, as suas, de vermelho, a roda emblemática de Santa Catarina de Alexandria, tomada como elemento falante em relação ao seu apelido de solteira. Por conveniência artística, e seguindo uso já verificado na Idade Média, foram representadas metades das armas.






Nota: a descrição dos ex-libris 21 a 31 será publicada mais tarde.....

Nota MPC: para saber mais  sobre o Pai, consultar a minha página na Wikipedia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Ant%C3%B3nio_do_Carmo_de_Noronha_de_Paiva_Couceiro

















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