vendredi 15 janvier 2016

O Costado Couceiro da 4a. Condessa de Paraty (D. Júlia do Carmo de Noronha) - Pelo Conde de Paraty

O Costado Couceiro da 4a. Condessa de Paraty

Pelo Conde de Paraty

Henrique de Paiva Couceiro, tal como El Cid Campeador mil anos atrás, provinha da pequena nobreza. Dela, ambos, herdaram aquela lealdade para com o seu Rei, pura e isenta - transcendendo a pessoa real. E, ambos, também, elevando-se pelos seus méritos próprios muito acima dos poderosos do seu tempo, o pagaram nos mesmos longos exílios e banimentos.

O Cid foi casado com D. Ximena, sobrinha de Afonso VI, rei de Castela e Leão.
Foi igualmente ao velho tronco de Castela que Henrique de Paiva Couceiro se aliou, ao casar com D. Júlia de Noronha, 4ª. Condessa de Paraty, cuja esclarecida genealogia a mostra 15ª. neta, na varonia, de Henrique II de Castela e Leão.

A genealogia de Henrique de Paiva Couceiro interessa à História esclarecê-la. Muito já está feito e publicado, diga-se de passo. A sua varonia é conhecida até princípios do Século XVI, graças à paciente investigação do meu parente João Guedes Gavicho,  cujo erudito estudo a nossa Revista publicou no n° 3 do ano de 1968.

O apelido Couceiro manteve-se através de vias femininas devido à cláusula que impôs o seu uso aos administradores do vinculo instituído em 1694 pelo Padre Manuel Couceiro. Conhece-se este costado até princípios de Século XV pelas Cartas de Armas e Certidões de Nobreza passadas em 1724, que serviram de base ao estudo de Affonso de Dornellas, publicado de páginas 350 a 364 do II Volume do Elucidário Nobiliárquico.

Porém das ascendências Inglesas e Escocesas da mãe de Henrique de Paiva Couceiro Helena Armstrong-Mitchel, só se conhecem três gerações e seria do maior interesse aprofundá-las.
Mas, agora, aquilo que venho trazer a público é apenas uma linha descendente de Jorge Couceiro, 10° avô de Henrique de Paiva Couceiro e que, através dos Avranches entronca na Case de Valadares.

É este costado Couceiro que mostra a 4ª. Condessa de Paraty ser 13ª. neta do mesmo Jorge Couceiro, primeiro ascendente conhecido de seu marido, que apresento seguidamente:

1 - JORGE COUCEIRO (ou Jorge Couceiro d'Eça), natural da Vila de Ourem, viveu no Século XV, Fidalgo da Casa Real, Comendador da Ordem de Santiago, Vedor da Fazenda da Casa de Bragança Capitão de Ginetes na Batalha de Toro, casou com D. Helena de Alvim, natural de Viana do Castelo e tiveram entre outros:

2 - PEDRO COUCEIRO, natural de Coimbra, casou em Tentugal com N. e tiveram, entre outros:

3a - FRANCISCO COUCEIRO, natural de Coimbra, senhor do Prazo da Torre da Manteigada, passou a viver ao lugar de Quimbres no Campo de Coimbra, aonde casou com N. Foram bisavós do Padre Manuel Couceiro, que instituiu um Morgado cm 1694 com a cláusula de todos os seus administradores se apelidarem de Couceiro e que passou a sua irmã D. Maria Couceiro e aos seus descendentes até Manuel Inácio de Paiva Cabral Couceiro, avô de Henrique de Paiva Couceiro, n° 12 na linha de Couceiros iniciada em Jorge Couceiro.

3 b -  D. JOANA COUCEIRO DE ALVIM, irmã de Francisco Couceiro acima, casou com Lopo de Sousa de Vasconcelos, que viveu em Pombal e tiveram entre outros:

4 - D. ANTÓNIA DA SILVA, casou com D. João de Avranches e Almada,
Comendador de Vila de Rei e de Beja (segundo as certidões dos Couceiros), senhor do Morgado de Almada e Comendador de Bobadela e de Gundar (segundo um artigo de Carlos Pereira Callixto), neto de D. João de Avranches filho primogénito do famoso D. Álvaro de Almada, 1°. Conde de Avranches (por carta de Henrique VI de Inglaterra de 1445) cavaleiro da Jarreteira.
D. João foi capitão de Diu de 1548 a 1551 e morreu em Alcácer Quibir. Tiveram entre outros :

5a - D. ÁLVARO DE AVRANCHES, sucedeu nos Morgados dos Almadas e mais Casa de seu pai. Embarcou para a Índia em 1590, na armada do Viso Rei Matias de Albuquerque, sendo, de 1599 a 1601, Capitão de Sofala, aonde faleceu. Sem geração legítima.

5b – D. GUIOMAR DE AVRANCHES, sucedeu a seu irmão D. Álvaro na Casa de seu pai. Casou com D. Francisco da Câmara Coutinho, filho dos 1°s. Condes de Vila Franca e tiveram:

6 - D. ÁLVARO DE AVRANCHES DA CÂMARA, sucedeu nos Morgados dos Almadas e foi um dos 40 Conjurados de 1640. Casou com D. Maria de Lancastre, filha dos 6°s. Barões de Alvito.

Tiveram entre outros :

7 . D. MADALENA DE LANCASTRE E AVRANCHES, sucedeu nos Morgados dos Almadas. Casou com D. Miguel Luiz de Menezes, 1° Conde de Valadares (1.702), representante da Antiga Casa de Vila Real. Tiveram entre outros:

8 –D. CARLOS DE NORONHA, 2° Conde de Valadares. Casou com sua prima D. Maria de Lancastre, filha de Luiz da Cunha, senhor de Povolide. Tiveram, entre outros:

9 - D. MIGUEL LUIZ DE MENEZES, 3°. Conde de Valadares. Casou com D. Maria de Castelo Branco, filha dos 2°s. Marqueses de Alegrete. Tiveram entre outros:

10 . D. ÁLVARO DE NORONHA E CASTELO BRANCO, 5° Conde de Valadares.
Casou com D. Teresa de Noronha, filha  dos 2°s. Marqueses de Angeja. Tiveram, entre outros:

11 - D.  JOSÉ LUIZ DE MENEZES. 6°. Conde de Valadares. Casou com sua prima D. Luiza Josefa Maria de Noronha, filha dos 5°s. Marqueses de Angeja  Tiveram entre outros:

12 - D. MIGUEL RAFAEL ANTÓNIO DO CARMO DE NORONHA AVRANCHES CASTELO BRANCO, 3° Filho, 1° Conde de Paraty (1813). Casou com D. Francisca Quintina de Menezes, filha dos 1°s. Marqueses de Valada. Tiveram, entre outros:

13 - D. JOÃO INÁCIO FRANCISCO DE PAULA DE NORONHA, 2° Conde de Paraty. Casou com D. Francisca da Cruz Lacé Pedrosa, filha de António José Pedrosa, Fidalgo da Casa Real. Tiveram, entre outros:

14 - D. MIGUEL ALEIX0 ANTÓNIO DO CARMO DE NORONHA (1850-1932), 3° Conde de Paraty. Casou com Izabel de Souza Botelho Mourão e Vasconcelos, filha dos 2°s. Condes de Vila Real, Morgados de Mateus. Tiveram, entre outros:

15 - D. JÚLIA DE NORONHA, (1873-1941) 4ª Condessa de Paraty, que, por morte na infância de seus dois irmãos D. João e D. Fernando, foi a herdeira de seu pai. Casou com Henrique de Paiva Couceiro (1862-1944).

NOTA - Os elementos genealógicos referentes às 5 primeiras gerações são colhidos das Cartas de Armas e Certidões de Nobreza dos Couceiros, de 1724, acima referidos. Os elementos referentes às gerações seguintes são sobejamente públicos. A filiação materna de D. Álvaro de Avranches (5 a), Capitão de Sofala é confirmada num artigo da autoria de Carlos Pereira Callixto, publicado no jornal "Notícias", de Lourenço Marques, de 29-6-1960, da série « Figuras e Factos da História de Moçambique», sob o título "D. Álvaro de Abranches um herói da Índia que veio morrer a África como 33° Capitão de Sofala e Moçambique". Não conheço, porém, a fonte de onde Carlos Pereira Callixto colheu este dado.